Double Review: Mega Man 9 e 10
Clássico é clássico e vice-versa. Numa tentativa de reanimar uma de suas franquias se maior sucesso que andava meio caída depois de alguns jogos ruins, a Capcom decidiu chutar o balde e entrar na onda retrô. O resultado foi um jogo com cara de Nintendinho, a intenção era ser o mais fiel possivel dos primeiros jogos, algo que fica bem evidente no trailer de Mega Man 9.
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O jogo tem altos e baixos, óbvio, como dito anteriormente, a intenção era fazer algo fiel às origens, dos clássicos e tal, o que de certa forma é bom e ruim ao mesmo tempo, o jogo diverte e é desafiador, porém em alguns pontos, é um retrocesso na série. O jogo foi bem recebido pelos fans e elogiado pela crítica, o jogo não é perfeito, longe disso, inclusive na minha opinião os desenvolvedores tomaram umas decisões em cima do jogo que não concordo, alguns detalhes, nada que comprometa, falarei disso a seguir, porém a grande parte das falhas fora corrigida na sequência que chegou um ano depois, Mega Man 10, que basicamente é um pequeno upgrade na versão anterior.
Estilão 8 bits
É visível, todo aquele visual nostálgico está ali, estilão 8 bits mesmo, de onde a série surgiu algumas décadas atrás, além dos gráficos o som estilo chiptune também está lá, chega um a ser um pouco estranho você jogar num PS3 e ouvir esse tipo de música de fundo no jogo, mas acho que é válido, cumpre perfeitamente com a proposta do jogo. E por falar em resgatar o estilo 8 bits, resgataram até as capas toscas que tinham ilustrações do personagem que não tinha absolutamente NADA a ver com o jogo, o que é bem engraçado, uma forma de tirar um sarro do passado negro da série e suas capas. Confira a capa aí ao lado.
Mega Man 10 segue o mesmo caminho no estilo retrô, porém acho que poderiam mudar um pouco os gráficos ao invés de insistir no 8 bits, podiam usar algo mais 16 bits na sequência, algo como Mega Man 7 ou Mega Man & Bass. Quem sabe num Mega Man 11 ou uma sequência de Mega Man X, se é que um dia isso ainda possa acontecer, uma vez que o criador da série pulou fora da Capcom, a produtora mais mercenária de todos os tempos.
Desafio de tirar os cabelos
Os jogos são difíceis, demais… Consegue ser pior que Mega Man 2 ou qualquer outro da série, Mega Man 9 no caso é o pior nesse quesito, você vai passar raiva, vai querer jogar o controle na parede e chorar feito uma garotinha por tentar exaustivamente passar de determinadas partes das fases. As fases por sinal são curtas, mas isso não quer dizer que você passará por elas rapidamente, os obstáculos serão dificílimos, encontraremos pisos escorregadios, vento soprando contra, imãs giradores, espinhos, muitos espinhos!!! É… a vida do Blue Bomber da Capcom não será fácil… A dificuldade é tanta que chega a ser exagerada, o que pode frustrar jogadores novos e agradar os hardocores das antigas sedentos por sangue, ou óleo de robô, sei lá…
A continuação, Mega Man 10 segue a mesma linha, porém dá uma facilitadinha, adicionaram um modo chamado Easy Mode (a originalidade é uma coisa linda né gente?), que praticamente coloca o dedo na cara do jogador e o chama de NOOB, facilita demais as fases chegando ao ponto de colocar pontes em buracos para que o jogador não precise pular, basicamente você passa a fase de boa atirando algumas vezes.
Deviam fazer o tradicional, colocar uns 3 níveis de dificuldade e ir aumentando um pouco conforme a progressão das fases, que por sinal tem poucos checkpoints, logo morrendo quase na metade, te levará pro começo da fase novamente, algo extremamente irritante.
Retrocesso
A intenção é válida, mas exageraram na dose, vários avanços que a série ganhou ao longo dos anos foram esquecidos. Lembram do Mega Booster? O canhão principal do personagem que solta tiros em sequência e que também pode ser recarregado, pois é, esqueçam, não dá pra carregar o tiro, e você vai ter que virar ninja pra apertar 100 vezes o botão de tiro enquanto pula pra conseguir derrubar todos os inimigos, principalmente os que usam escudo.
A troca de armas que na geração 16 bits podíamos fazer com os botões de ombro, também conhecidos como L e R, esqueça isso também, em Mega Man 9 você tem que pausar o jogo e escolher a arma apropriada. Pelo menos em Mega Man 10 isso foi corrigido.
Esses são pra mim os maiores retrocessos dos jogos, acredito que era muito bem possível fazer um game retrô que ao mesmo tempo não abrisse mão de características que o personagem ganhou ao longo dos anos.
Capcom capconizando
Ahhh Capcom sua mercenária safadinha… É claro que você ia lançar uns DLCs pra ganhar um extra né? Claro…
Em Mega Man 9 existe um DLC em que é possível jogar com Proto Man, que é basicamente o que o Mega Man deveria fazer, ele pode carregar o tiro, pode dar um dash e usa um escudo, além de ter um cachecol super fashion… Além disso adicionam um modo “infinito” em que você vai andando pra frente e vai matando inimigos até dizer chega, até agora não entendi a finalidade disso.
Em Mega Man 10 pelo menos o Proto Man já vem no pacote, dá pra escolher quando inicia o jogo, jogar com ele é mais fácil pois ele tem as características que o Mega Man deveria ter, porém jogando com ele você não vê o final do jogo, o que é bem estranho, não é a mesma coisa que Mega Man & Bass em que você escolhia um dos dois personagens com características distintas e ia vendo o desenvolvimento da história.
Clássico com ressalvas
Mega Man 9 e 10 são jogos dignos da série, infelizmente os desenvolvedores quiseram deixar ele retrô demais, o que pode afastar os jogadores mais novos principalmente por sua dificuldade exagerada. Jogue e aproveite bem, pois outro jogo da série vai demorar…
Ambos os jogos estão disponíveis na XBLA, PS Store e WiiWare.
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